Não me lembro com exatidão da última vez em que te dei um beijo de despedida. Na minha cabeça, era pra ser coisa breve. Dali a alguns dias, você já estaria em casa de novo, forte como nunca, com a sua chave pendurada na calça e o boné de sempre na cabeça.
Mas não foi.
Era segunda-feira. A notícia chegou por telefone. Parecia que o mundo ia cair. Não via mais nada ao meu redor. Só me lembro de ter juntado as minhas coisas e de ter ido embora feito louca.
Alguns dias depois eu ainda esperava que você aparecesse, que tocasse a campainha duas vezes seguidas como você sempre tocava. E, quando eu fosse até a janela para ver quem era, enxergaria o seu boné.
Todo cambia, pero el amor es eterno.
Fica a saudade que dói.