quinta-feira, 13 de março de 2014

Você me abraça e eu passo vagarosamente as pontas dos meus dedos pelas suas costas. Acho que sei de cor as pintas que você tem no ombro esquerdo, mas esse caminho nunca me cansa. Com as mãos, desenho na sua pele como se meus dedos fossem lápis de cor, giz de cera, pincel inundado em tinta guache. Desenho o que não dá pra ver. O que não dá pra ouvir. Desenho. 
Os mais atentos conseguiriam ouvir um barulho, como se fosse lápis passando de raspão pelo papel - minha pele sobre a sua pele. 
Não ouvimos.
Sua pele sobre a minha pele.