Ando tão fora do lugar que mal tenho reparado nos detalhes das coisas. Logo eu, que costumava observar tudo ao meu caminho. As pessoas nos ônibus, os carros, o céu. A impressão que tenho é de que estou vivendo um grande período de amnésia alcoólica na minha vida - aquele buraco na memória em que você faz coisas, todas conscientemente e com algum motivo, mas não lembra uma coisa sequer depois. Tudo tão no impulso, tudo tão de repente.
Já há algum tempo não tenho me sentido eu mesma. Mudei o corte de cabelo; gostei por pouco tempo. Mudei os óculos; não tenho mais certeza. Evito me olhar no espelho. Me sinto uma estranha.
No auge dos meus quase-vinte-e-três-anos ando perdida por São Paulo, no modo piloto automático, sem saber o que buscar. Quem sabe, em breve vem a ressaca do dia seguinte junto com as risadas e arrependimentos pelas histórias bêbadas. Alguma coisa vou sentir, pelo menos.
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